A
instalação processual de arte primitivista foi integrada por artistas da
comunidade do Pelourinho que, inspirados na idéia de que o homem deve
ter dois nascimentos, um físico e um espiritual: como homem e Cristo ao
mesmo tempo, focaram nos simbolismos mais fortes da sua sofrida
trajetória até alcançar a ressureição, o começo da vida eterna. Sendo
assim, estas obras nos farão refletir sobre início e fim, rotas e
mudanças, onde resignação e crença nos conduzem a um caminho ou objetivo
final.
E para dar um tratamento na atmosfera do referido espaço, foi criada uma ambiência sonora através da instalção de micro-caixas de som com trilha especialmente composta
incluindo instrumentos musicais característicos da cultura afro-baiana e
outros elementos que compõem sutilmente o cotidiano do Centro
Histórico.

O
elenco de artistas plásticos, formado por 14 representantes do
movimento naif, que (se) expõem diariamente nas calçadas
e galerias informais, será o grande homenageado nesta oportunidade, num
momento de reflexão e valorização do homem em pleno século XXI, indo na
contra-mão da virtualidade, da corrida do relógio, dos dígitos
alucinados das máquinas e batimentos acelerados tão presentes e tão
desgastantes ao mesmo tempo.
Assim ressurgem os pincéis, as
tintas, os detalhamentos e expressões particulares que linkados às
tradições religiosas fomentam as artes e dão mais sentido e compreensão
aos fatos, à vida.

Foi
baseada neste conceito que a artista urbana e ativista
cultural Andréa May concebeu e fez a curadoria desta mostra tendo como tema o verdadeiro nascimento através da
imortalidade. A trilha sonora original foi composta e executada pelo músico e produtor Juninho Costa.
Este projeto integrou o ciclo iniciado no Natal de 2007 que foi concluído com outras atividades culturais e religiosas no período da Páscoa em 2008, numa iniciativa do Programa Pelourinho Cultural, sob a direção de Ivanna Soutto, em prol da cultura através de sólidos projetos artísticos e sociais. Uma realização da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/ IPAC.
Este projeto integrou o ciclo iniciado no Natal de 2007 que foi concluído com outras atividades culturais e religiosas no período da Páscoa em 2008, numa iniciativa do Programa Pelourinho Cultural, sob a direção de Ivanna Soutto, em prol da cultura através de sólidos projetos artísticos e sociais. Uma realização da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia/ IPAC.
Artistas plásticos participantes (em ordem alfabética):
CHICO VIEIRA

Nascido, criado e com atelier sediado no Pelourinho busca no abstrato sintetizar a miscigenação da cultura afro-luso-brasileira.
Para
dar um ar rústico em sua obra utiliza uma técnica chamada decapê, na
qual mistura gesso, cola, verniz à base de água, betume e pátina. Assim,
ele consegue retratar a miscigenação das raças africana, indígena e
européia. Alem das imagens figuradas, notam-se características através
das cores quentes. Com mais de mil obras produzidas, o artista já fez
exposições em Portugal, Alemanha, Estados Unidos e outros.
Detalhe da obra exposta:
CONDINHO

Incentivado
pela própria família de artesãos, tomou aulas de pintura ainda
adolescente quando tinha grande facilidade para o desenho artístico.
Pinta cenas do cotidiano do povo baiano em seus cenários característicos com minúcia e lirismo primitivista.
Um talento inspirado na cultura local com passagens por varias galerias do Centro Histórico. Recentemente participou da mostra “Paletas do Pelô”. Hoje integra o atelier African Art.
Detalhe da obra exposta:Pinta cenas do cotidiano do povo baiano em seus cenários característicos com minúcia e lirismo primitivista.
Um talento inspirado na cultura local com passagens por varias galerias do Centro Histórico. Recentemente participou da mostra “Paletas do Pelô”. Hoje integra o atelier African Art.

GIL ABELHA (in memoriam)
Um
legitimo filho de Xangô, ex-layoutista e artefinalista detentetor de
premiações importantes na área de propaganda como o Clyo York de New
York, Top de Marketing do Canadá e Leão de Ouro de Cannes.


Autodidata
investiu no regionalismo elevando o afro-brasileiro como tema e sob
fortes influencias do movimento Naif chegou a fundar a Associação dos
Artistas Ppulares do Centro Histórico de Salvador contando com 200
participantes.
Desde 1983 que se projeta profissionalmente como artista plástico recebendo vários prêmios em salões nacionais e internacionais.
Detalhe da obra exposta:
GRIOT



Nascido
em São Paulo, iniciou-se nas artes em 1957 através da pintura e
restauração. Administrou duas galerias no Rio de Janeiro e em São Paulo
além de desenvolver parceria com casa de leilões em Paris, buscando arte
de etnia negra. Foi coordenador do MAM/RJ e em 1979 mudou-se para
Salvador como presidente da Associação dos Artesãos do Centro Histórico.
Como
criador da INAC (Instituto Negro de Arte e Cultura) montou 17
exposições coletivas sempre promovendo a arte negra, dentre as quais a
mostra "Paletas do Pelô" reunindo 100 artistas plásticos.
Possui obras no Museu de Arte da Alemanha e outras em poder de colecionadores.
Detalhe da obra exposta: 
MARIVALDO SANTOS
Natural de Feira de Santana, iniciou-se nas artes visuais sob o sol
quente do Sertão fazendo gráficos e reproduzindo imagens de livros
didáticos. Na juventude veio para Salvador e ingressou no núcleo da
Galeria 13, realizando várias exposições individuais pelo interior e
também fora do país. Cursou Litogravura e expôs no MAM.


Atualmente é
conhecido como “Marivaldo das Lavadeiras”, devido ao tema que mais
representa e ainda pretende desenvolver por algum tempo. Suas obras
retratam a realidade e sensualidade da Bahia.
Detalhe da obra exposta: 
NERY
Iniciou
sua carreira fazendo entalhes em madeira no famoso Atelier 7 no
Pelourinho ao lado de nomes como Mestre Edvaldo Assis e Loreta.

Participou
de inúmeras mostras, feiras de artes e exposições individuais e
coletivas em Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Munique (Alemanha),
etc.
Pinta e pesquisa sobre temas que refletem a religiosidade do
povo brasileiro com desenvoltura utilizando simbologias em cores e
traços marcantes que refletem consciência e determinação na sua arte
intuitiva.
Detalhe da obra exposta:


PEDRO LEÃO


Baiano,
artista autodidata com cursos em desenho, percepção e pintura, leciona
Artes Plásticas e Historia da Arte em uma instituição não-governamental.
Já expôs no Museu de Arte Moderna (MAM) e no Museu de Arte de Psicologia Bonsucesso no Rio de Janeiro.
Atua
nas ruas do Centro Histórico de Salvador pintando em telas e camisetas
originais e exclusivas. Suas principais características: o gestual e a
interpretação criativa de cenas e ícones da vida moderna.
Detalhe da obra exposta:
RAFAEL BOMFIM
Artista
plástico há mais de nove anos com talento reconhecido na Bahia e no
exterior, utiliza a pintura como mecanismo de representação da sua
cultura.

Suas obras retratam com primor: casarios, baianas, feiras, capoeira, festas populares, etc. Tudo muito detalhado e colorido.
Atua
no Atelier Renato Lima no Pelourinho, Mercado Modelo e Praia do Forte.
Auxiliou crianças carentes utilizando a pintura como metodologia em
projeto sócio-cultural desenvolvido na França (Peinture
Solidaire).
Detalhe da obra exposta:

RICARDO ALVES


Artista
autodidata cearense atuante em movimentos culturais relacionados as
artes visuais, dança e teatro, mudou-se para Salvador em busca de
maiores conhecimentos apos participar de varias exposições e receber
prêmios em salões no Ceará e São Paulo.
Desenvolveu trabalhos como cenógrafo de teatro, festivais, projetos de decoração carnavalesca e outras comemorações populares.
Sua pintura demonstra domínio técnico e expressiva carga de realismo com originalidade.
Detalhe da obra exposta:
SCARPARO


Nascido
em Porto Alegre, identificou-se muito cedo com o desenho e ao mudar-se
para Salvador aos 44 anos, teve a luz, as cores e o clima quente da
cidade como inspiração maior para a sua pintura.
Hoje com atelier
próprio na Ladeira do Carmo, pinta o imaginário, o espiritual e a
sensualidade feminina com leveza e fluidez. Autodidata, participou de
coletiva no Solar Ferrão e atualmente vem desenvolvendo estudos de
esculturas em madeira sob orientação de Zu Campos no MAM.
Detalhe da obra exposta:


SERGIO SANTOS


Pinta
desde a infância e como autodidata somente aos 30 anos se considera
profissional após realização de exposições internacionais (Itália,
Portugal, Alemanha e Espanha) para onde levou todo o exotismo das suas
telas repletas de cores vibrantes, formas inusitadas sempre com
reverencia ao bom astral e calor da terra baiana. Hoje vive da sua arte, exponde em atelier e mostras diversas.
Detalhe da obra exposta:
SILMARA CARDOSO

Baiana, começou a desenvolver os dons artísticos ainda na infância e assumiu pintora aos 17 anos.
Realizou
sua primeira coletiva em 1998 e na seqüência outras exposições pelo
interior do estado: Porto Seguro, Morro de São Paulo, etc.
Expõe
permanentemente em atelier no Pelourinho telas com temáticas que
retratam o cotidiano, com elementos e personagens típicos da cultura
baiana.
Detalhe da obra exposta:
TUKKA MORENO


Utilizando a tradicional técnica de óleo sobre tela, pinta desde os oito anos de idade.
Seus temas giram em torno de cenas do cotidiano que representa de forma apaixonada pela cidade do Salvador.
Pinta afro-brasileiros sorridentes e alegres grupos folclóricos alem de paisagens, marinhas e caricaturas.
Já
esculpiu em madeira, pedra e modelou em argila, realizando exposições
por varias cidades como Rio de Janeiro, Olinda, Feira de Santana, etc.
Expõe permanentemente no seu atelier no Pelourinho.
Detalhe da obra exposta:
YRAKITAN



Ele
que já foi diretor da Escola de Artes Primitivas do Pelourinho,
trabalhou em restaurações de monumentos importantes de Salvador,
realizou inúmeras exposições individuais e coletivas em todo estado e no
exterior, a exemplo de Sardenha (Itália), Estoril (Portugal) e Espanha,
período em que explorou temas ecológicos onde a natureza primitiva é
interpretada nos seus detalhes e dela surgem composições inusitadas
esteticamente equilibradas.
Também participou da criação de
associações como dos Artistas Populares e dos Moradores do Centro
Histórico, além de atuar como artista gráfico. Seu atelier está ativo e
repleto de obras em constante processo.
Detalhe da obra exposta:
Concepção/ curadoria e coordenação de produção - Andrea May
Assistente de produção - Juliana Bestetti
Apoio de produção - Pedro May
Fotos - Andrea May, Juliana Bestetti e Juninho Costa
Imagens e edição de video - Juninho Costa
Trilha sonora:
Criação, programações e produção: Juninho Costa
Co-produção, mixagem e masterização: andré t
Duração total: 21 min
Projeto integrante do Pelourinho Cultural
Direção geral - Ivanna Soutto
Suporte estrutural e técnico - equipe do Pelourinho Cultural
